Raimunda Nonata, uma dona de casa de 29 anos, residente na cidade de Cruzeiro do Sul, bairro da Várzea, é mãe de três crianças, e sustenta seus filhos pelo programa Bolsa Família, com um auxílio mensal de 600 reais.
A vida de Raimunda tomou um rumo trágico quando, grávida de 9 meses do seu quarto filho, uma menina nasceu morta. A situação foi agravada pela suposta negligência médica e falta de informações sobre a causa exata da morte da criança. Raimunda clama por justiça e busca compreender os motivos que levaram à perda de sua filha.
Segundo o relato de Raimunda, ao sentir dores de parto, ela acionou o SAMU e foi levada à maternidade. No entanto, ao chegar à unidade, o médico de plantão teria marcado sua cirurgia de cesariana para o dia seguinte às 7 horas da manhã, instruindo-a a voltar para casa e se preparar. No dia seguinte, ao chegar no hospital, foi informada de que seu parto seria adiado.
A situação se consumou quando, após retornar para casa, Raimunda percebeu que sua filha não se mexia mais em sua barriga. Ao buscar ajuda no posto de saúde, foi constatado o óbito da criança, com a mãe alegando que o médico responsável pela marcação da cesariana teria afirmado que a cirurgia deveria ter sido realizada no mesmo dia.
A falta de informações sobre a causa da morte da bebê só aumentou o sofrimento de Raimunda. O atendimento da assistência social, sugerindo a realização de uma vaquinha para o caixão da criança e um terreno para o enterro, a deixou ainda mais abalada.
Outro lado da história:
Diante da situação, nossa equipe buscou o posicionamento da gerência da Maternidade de Cruzeiro do Sul. Igle Monte, gerente regional do hospital da mulher e da criança, alegou que Raimunda deu entrada no hospital no dia 2, no período da noite, e pediu para ir para casa. No dia 03.01, ela retornou para a unidade, recebeu atendimento e foi liberada com todas as orientações necessárias pelo médico. Quando foi dia 05, ela voltou para a unidade e o bebê já estava morto.
A gerência afirma que Raimunda, mesmo sendo orientada a permanecer na unidade, optou por ir para casa na noite seguinte. Ao retornar, a criança já não apresentava sinais de vida, e a unidade forneceu toda a assistência.
O hospital argumenta que Raimunda foi devidamente orientada sobre os possíveis desdobramentos e que ela ficou internada, saindo da unidade no dia seguinte sem autorização. A gerência destaca que a mãe foi devidamente assistida e que, embora tenha sido orientada sobre os procedimentos, escolheu agir de forma independente.