A Reserva Extrativista (Resex) Alto Juruá, que abrange os municípios de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves, no Acre, está sofrendo com a enchente do Rio Juruá, que ultrapassou a cota de transbordo em Marechal Thaumaturgo e atingiu centenas de famílias que vivem nas comunidades dentro da área de conservação. Segundo José Domingos Garcia Inácio, gestor substituto do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Cruzeiro do Sul, aproximadamente 600 famílias estão em situação de calamidade, com suas casas alagadas e seus bens e animais perdidos.
“Nós estamos com a situação muito precária aqui na questão da enchente do rio, da alagação. Estamos trabalhando para se deslocar até o município e chegar até essas comunidades. A situação não está fácil, estão pedindo ajuda, pedindo socorro”, disse Inácio.
Ele afirmou que o município está se debruçando no que pode, mas a unidade é muito grande, e as equipes de apoio estão trabalhando mais próximo da cidade, dentro da cidade, porque a cidade de Marechal Thaumaturgo também transbordou e a situação está muito difícil. Ele pediu ajuda para atender as comunidades rurais o mais breve possível, com auxílio de alimentação, medicamentos e suporte para retiradas dos bens de casa.
“Só para ter uma ideia, a comunidade de Foz do Breu leva umas sete horas de canoa pequena de barco para a gente chegar na comunidade de Foz do Breu”, exemplificou.
A Resex Alto Juruá é uma das três unidades de conservação federais que o ICMBio representa na região, junto com o Parque Nacional da Serra do Divisor e a Resex Riozinho da Liberdade. A Resex Alto Juruá foi criada em 1990 e possui uma área de 506.186 hectares, onde vivem cerca de 1.800 famílias de extrativistas, que dependem dos recursos naturais para sua subsistência¹.
A enchente do Rio Juruá também afetou outras comunidades ribeirinhas e indígenas da região, como os povos Ashaninka, Nawa e Nukini.