A região do Juruá, no Acre, enfrenta uma das piores alagações dos últimos anos, que atinge vários municípios e comunidades ribeirinhas. Entre os mais afetados estão os povos indígenas, que somam mais de 20 mil pessoas nos municípios de Jordão e Marechal Thaumaturgo, segundo o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Juruá, Isaac Pyanko.
Em entrevista, Pyanko relatou que a situação é muito difícil e comparou a alagação atual com a de 2008, que foi a mais severa que ele presenciou. Ele disse que a alagação deste ano está sendo mais extensa e duradoura, causando grandes prejuízos às famílias indígenas.
“Essas famílias perderam suas roças, seus bananais, seus animais de criação, onde é a estrutura, a base alimentar e também econômica dessas famílias, que elas criam para a subsistência, mas também o excedente eles comercializam. Então, não só a questão da produção, mas também a questão dos bens, que são as casas que vão ser destruídas, que foram destruídas algumas casas, e aí vem a fome, vem a doença”, afirmou.
Pyanko explicou que a política do DSEI, através do Ministério da Saúde, é fazer a proteção da saúde nos territórios e o saneamento, mas que isso depende da baixa das águas, que ainda não ocorreu. Ele ressaltou que é preciso um planejamento em parceria entre os entes federados, município, estado e união, para que a população indígena possa ser assistida nesse momento de vulnerabilidade, tendo em vista que a região já sofreu com a seca e a virose recentemente.
O coordenador do DSEI informou que as equipes de saúde estão em território, fazendo o levantamento dos dados e das necessidades das comunidades, e que estão articulando e agilizando para que os produtos emergenciais cheguem até as aldeias, com o apoio dos estados e municípios, que recebem os recursos para atender as comunidades indígenas e não indígenas.