A biomédica Amélia Cristina Rocha, uma das passageiras do Cessna Skyline 182 que caiu no interior do Acre no começo da tarde desta segunda-feira (18), chegou a dizer para uma amiga que estava com medo pouco antes de entrar na aeronave.
O avião caiu em uma fazenda localizada no município de Manoel Urbano. De acordo com a prefeitura, sete pessoas estavam a bordo do Cessna, quatro homens e três mulheres, que estavam seguindo para a cidade de Santa Rosa do Purus. Um homem morreu e seis pessoas se feriram, duas em estado grave.
Segundo o enfermeiro Hemerson Almeida, do Hospital de Manoel Urbano, o quadro de Amélia é considerado grave. “[Ela está] com suspeita de fratura e também com cerca de 90% do corpo queimado, então nós temos ela grave”, explica.
Amiga de Amélia e do marido dela, o dentista Bruno Fernando dos Santos, que também estava no voo, a operadora de áudio Roberta Maria conta a conversa que teve com a vítima.
“Foi hoje de manhã, por volta de 11h20, antes dela decolar, ela me mandou uma mensagem falando que já tava em Manoel Urbano e se preparava para decolar. Aí eu perguntei se ela tava bem, ela disse que tava com um pouco de medo”, conta Roberta, que tentou acalmar a amiga.
Cerca de uma hora depois, a amiga conta que começou a receber notícias sobre a queda de um avião no interior do estado e ficou preocupada.
“E aí quando eu abri o vídeo e as fotos achei muito parecido com a foto que ela tinha me mandado do avião e aí imediatamente já fui mandando mensagem pra ela que já não me respondia. [É] desesperador, porque a gente se falou, desde cedinho, desde cinco e pouco da manhã antes de ela sair de casa, ela já tava me mandando mensagem falando”.
Roberta diz que começou a ficar mais aliviada após receber notícias do marido de Amélia. O dentista teria conseguido um telefone e entrado em contato com amigos em comum para avisar da situação.
“Ele pegou um celular emprestado lá e conseguiu falar com um amigo nosso para avisar que tava tudo bem e que estava indo para o hospital, mas que estavam feridos”, diz.
Ainda segundo Roberta, Amélia estava de mudança para Santa Rosa do Purus para ficar mais perto do marido que trabalha em uma unidade de saúde no município isolado.