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Cotidiano

Sobrevivente de queda de avião não queria voar por conta da lotação: “Não tinha onde sentar”, diz pai

Publicada em 21/03/24 às 09:01h - 157 visualizações

Redação


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Sobrevivente de queda de avião não queria voar por conta da lotação: “Não tinha onde sentar”, diz pai

Em entrevista ao g1 Acre, Maria do Carmos Kalisto, a tia de uma das sobreviventes do voo, Deonicilia Salomão Kalisto Kaxinawá, de 15 anos, uma das passageiras com o quadro mais estável, contou como foi acidente, a partir do relato da sobrinha.

A menina teria tentado desistir de viajar após perceber a lotação da aeronave, que tinha capacidade máxima para transportar apenas 3 pessoas e o piloto, e estava viajando com 7, ao total.

“Ela viu que o avião tava lotado, aí pensou ‘será que eu vou? tô nervosa’, porque ela nunca andou [de avião]. Ela ficou com medo, não queria ir porque tava lotado, aí chamaram ela e ela disse ‘não, eu vou no segundo voo, eu tô com medo’, mas aí disseram ‘vambora’. Tiraram a mala dela, e ela foi com o corpo e com a bolsinha”, disse ao G1.

O G1 também entrevistou o pai da menina, Pedro Kaxinawá. Ele disse que esta foi a primeira vez que a filha viajava. A menina mora em Santa Rosa do Purus e estava de férias em Manoel Urbano, na casa de parentes.

“Minha filha me contou que só sentiu quando o avião subiu e quando percebeu já estava no chão. Minha filha não tinha cadeira pra sentar, ela não queria vir nesse voo, o piloto chamou ela, disse que podia entrar. Entrou no apertado, não tinha onde minha filha sentar. Ela sentou embaixo, no apertado, não tinha espaço”, disse o pai.

“Ela viu o piloto chamando uma pessoa: ‘vem pra cá uma pessoa, vem pra cá’. Aí ela pensou: ‘será que eu vou cair hoje?’ e deu um grito. Quando ela deu um grito, o avião virou e vinha rodando, de cabeça pra baixo. Ela só sentiu quando o avião caiu, se ’emborcou’ e já estava pegando fogo. O peão homem [que ajudou no resgate das vítimas] abriu a porta, quando passou ele foi atrás e caiu dentro da lama, aí quando ia dentro da lama, o homem puxou e jogou ela no chão”, completou.

A menina havia pagado um valor de mais de R$ 600 para poder viajar no avião.

O acidente

A aeronave era do modelo Cessna Skyline 182, e transportava quatro homens e três mulheres. O avião caiu a 1 km da cabeceira da pista de Manoel Urbano. As informações foram confirmadas pelo Centro de Operações Policiais Militares (Copom) e Polícia Militar.

O avião estava saindo de Manoel Urbano com destino à Santa Rosa do Purus.

Vítimas

A vítima fatal do acidente é um empresário peruano Sidney Estuardo Hoyle Vega, conhecido como seu Hoyle. Ele e a família construíram residência fixa no município de Sena Madureira, onde são bastante conhecidos.

Quatro passageiros seguem em estado grave e foram encaminhados para Rio Branco, pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).

Investigações

Por se tratar de um acidente aéreo, a responsabilidade da investigação é federal, e a Polícia Civil do Acre acompanhará os procedimentos oferecendo o suporte necessário.

As causas da queda da aeronave serão investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que trabalha com objetivo de prevenir que novos acidentes ocorram.

Peso acima do permitido

Um inquérito deve confirmar ou não se o avião estava voando acima do limite permitido. Porém, segundo informações do site oficial da marca, o modelo que caiu é autorizado a transportar no máximo 4 pessoas, já contando com o piloto. A aeronave transportava 7 passageiros.

Ainda no site da Cessna, o Skylane tem uma distância de decolagem de 1,514 pés, uma carga útil de 1,110 libras, um alcance máximo de 915 nanômetros e uma velocidade máxima de 145 ktas.

Ainda não há informações sobre a empresa responsável pelo táxi aéreo.

Mesma marca

O avião era um monomotor Cessna 182 Skyline, avião de médio porte da mesma fabricante da aeronave Grand Caravan que caiu em outubro do ano passado, em Rio Branco.




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