Nessa terça-feira (16), Cruzeiro do Sul ficou sem sinal de internet e telefonia móvel das 10h da manhã até as 17h30, afetando a rotina da população local, já que impede contatos, acesso a serviços públicos e privados essenciais e transações financeiras. Essa foi a terceira vez somente neste ano que o município ficou sem os serviços móveis.
O problema comprometeu grande parte do comércio, que não pôde realizar vendas com cartão de crédito, débito ou Pix, aceitar pedidos ou fazer entregas. Este já foi o terceiro “apagão” de 2024.
Segundo a Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, as vendas tiveram uma redução de 50% na cidade. “Só quem tem antena Starlink conseguiu vender hoje. Nos supermercados, a situação foi amenizada com esse equipamento, mas nos postos de combustível a grande maioria paga com Pix e cartão e o prejuízo foi grande. Os empresários também reclamam de não terem conseguido pagar os boletos do dia, o que vai gerar juros. Então a situação é preocupante”, citou Luís Cunha, presidente da Associação.
“Eu dependo da internet para receber os pedidos de almoço e lanche dos clientes, por isso deixei de vender hoje. Poucas pessoas com dinheiro em espécie apareceram”, reclama a empresária Marjori Melo, do ramo da alimentação.
Uma das empresas responsáveis pelo fornecimento de internet de fibra óptica em Cruzeiro do Sul explicou que a falta de energia elétrica no local onde ficam as baterias que mantém o fornecimento do sinal, nas proximidades do Rio Gregório, na BR-364, desde segunda-feira, 15 comprometeu o serviço. Além disso, outros links de suporte extra também foram rompidos, resultando na interrupção do serviço.
O problema é recorrente em Cruzeiro do Sul e já houve determinação da Justiça do Acre com várias medidas a serem adotadas, mas os apagões se repetem na cidade.
O sinal chega à Cruzeiro do Sul por meio de fibra ótica da empresa Oi, que vende o serviço para as demais operadoras. O Ministério Público, por meio da Promotoria de Defesa do Consumidor, recorreu à justiça, que já se manifestou por meio de Decisão. No dia 1° de outubro de 2021, a Juíza Adamárcia Machado, da Comarca de Cruzeiro do Sul, determinou que, em caso de queda do sinal, o reestabelecimento teria que ser feito, em no máximo, uma hora.
A magistrada decidiu que, caso alguma das empresas não apresentasse um Plano de Melhoria de Serviço em três meses, a multa diária seria de R$ 10 mil. Segundo a decisão, no prazo estabelecido as empresas de telefonia deveriam demonstrar os reparos necessários, como as substituições e ampliações de equipamentos existentes, intensificação das manutenções preventivas da rede e disponibilização de mais portas de internet banda larga. Após a aprovação e homologação do plano de ação, as demandadas devem implementá-los em até seis meses, também sob pena de multa diária de R$ 10 mil, decidiu a justiça acreana.