Nesta quinta-feira (18) completa um mês da queda de um avião em Manoel Urbano, no interior do Acre, e duas pessoas seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se recuperando dos ferimentos causados pelo acidente.
👉 Contexto: Sete pessoas estavam a bordo da aeronave que caiu após decolar, incluindo o piloto, sendo quatro homens e três mulheres. Eles seguiam para a cidade de Santa Rosa do Purus, distante 150 km do município de onde decolaram. Sidney Estuardo Hoyle Vega, comerciante peruano, morreu no acidente. Nove dias depois, Suanne Camelo morreu em Manaus (AM).
As vítimas que ainda seguem internadas são:
Ambos estão em tratamento no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. A direção do hospital confirmou ao g1 que o quadro do piloto da aeronave ainda é grave, mas estável.
À Rede Amazônica Acre, o pai de Amélia, Pedro Rocha, que acompanha a filha na capital amazonense, disse que a jovem ‘está consciente e reagindo bem as enfermidades’. O aposentado contou que a família está esperançosa, que os piores dias já passaram e a expectativa é voltar em breve para casa.
O pai da biomédica destacou que a filha deve passar ainda por uma cirurgia no quadril. “Estamos bem. O rosto está bom, falta a questão do quadril que teve um problema no acidente e que vai ser operado aqui. Está no CTQ [Centro de Tratamento de Queimados], mas com o avanço do tratamento ela logo estará no apartamento sozinha”, confirmou.
O empresário peruano Sidney Estuardo Hoyle Vega, de 73 anos, morreu durante a queda. Ele voltava do casamento da filha Lívia Hoyle, que tinha ocorrido no dia 14 de março. Hoyle, como era conhecido no interior do estado, morava e trabalhava na cidade peruana de Puerto Esperanza, e tinha ido para cidade de Sena Madureira, também no Acre, encontrar o restante da família.
No dia 27 de março, a comerciante Suanne Camelo, de 30 anos, morreu. Ela havia sido transferida para o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de Manaus no dia 23 do mesmo mês e faleceu na unidade. Suanne foi uma das passageiras que ficou em estado mais grave e teve 90% do corpo queimado.
O avião Cessna Skylane 182 tinha capacidade para transportar, no máximo, quatro pessoas. Entretanto, seis passageiros e o piloto estavam dentro da aeronave no momento da queda. Além disso, não tinha autorização para atuar como táxi aéreo. O avião caiu logo após a decolagem, a 1 quilômetro da cabeceira da pista, e estava a caminho de Santa Rosa do Purus, distante 150 km do município onde ocorreu o acidente.
As investigações continuam em busca de respostas que levem às causas do acidente aéreo. A apuração é feita pela Polícia Civil de Manoel Urbano e pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
No site do Cenipa, é possível encontrar que as possíveis causas do acidente seja falha ou mau funcionamento do motor.
À Rede Amazônica Acre, os representantes do centro informaram que as investigações sobre o acidente estão em andamento e que os dados constantes no painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) ‘tem por finalidade apresentar o status atual do tratamento da notificação. Seu teor ainda pode ser alterado e não vincula obrigatoriamente as conclusões que serão publicadas no relatório final de investigação’.
As investigações da Polícia Civil são conduzidas pela delegada Jade Dene. Ela já conseguiu ouvir a adolescente Deonicilia Salomão Kalisto Kaxinawá e o dentista Bruno Fernando dos Santos. A delegada aguarda o resultado das perícias para saber causou a queda da aeronave.
“A gente não pode finalizar por conta do laudo da perícia. Essa falha apontada pelo Cenipa pode ser humano, o mau funcionamento pode ser motivo da falha. A nossa investigação é separada da deles, fazem uma apuração para evitar outros acidentes. Falei com perícia e afirmaram que estão em fase de conclusão. Procuro a mesma coisa que o Cenipa: se teve alguma falha e se essa falha foi humana”, acrescento.
A delegada ainda não conseguiu ouvir os responsáveis pela aeronave. O avião é cadastrado no nome de uma pessoa que mora em Roraima. “Estamos tentando encontrá-lo. Essa é uma das questões. A outra questão é da perícia”, resumiu.
Sobreviventes de acidente aéreo no Acre são transferidos para Manaus
O Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aponta que o avião registrado com o prefixo ‘PT-JUN’ tinha registro para serviço aéreo privado, mas não poderia ser utilizado como táxi aéreo já que estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) vencido desde o dia 1º de junho de 2019.
O serviço de táxi aéreo consiste em transportar passageiros a curta distância, como é o caso destas viagens intermunicipais. Desse modo, cada passageiro paga uma quantia pela passagem e, quando alcançar a quantidade máxima de pessoas na lotação, o voo sai rumo ao destino final. Como Santa Rosa do Purus é um dos municípios isolados do estado, os meios de acesso são apenas por barco ou avião.