O primeiro Complexo Industrial do Café do Acre está sendo construído em Mâncio Lima. A obra é fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), por meio da diretoria de Economia Sustentável e Industrialização, e a Cooperativa de Produtores de Café dos municípios do Vale do Juruá (Coopercafé). O investimento é de mais de R$ 5,3 milhões.
No último final de semana, a Agência e a cooperativa promoveram um Dia de Campo com o objetivo de levar conhecimento técnico para os produtores de café da região. Mais de 70 agricultores participaram do evento, que contou com a presença de autoridades, cooperativas, cooperados e produtores.
Os produtores que participaram do evento puderam acompanhar palestras de engenheiros que abordaram sobre sistemas de irrigação, agricultura familiar, nutrição e equipamentos agrícolas. Também houve apresentação sobre linhas de crédito para a agricultura familiar.
O projeto do Complexo Industrial nasceu após visita técnica aos produtores de café do Vale do Juruá a Cacoal, em Rondônia, onde a ABDI trabalhou no auxílio para a obtenção da Indicação Geográfica (IG) Matas de Rondônia e na estruturação do Laboratório de Solos no Instituto Federal de Rondônia, e uma articulação da diretora e ex-parlamentar Perpétua Almeida.
Segundo a diretora, as obras da construção ultrapassaram 60% da conclusão. A previsão é de que a indústria esteja operando 100% até o final deste ano.
“O fato é que vamos impactar a vida de muita gente nessa região do Juruá porque quando você tem uma produção que é importante para a economia do país e passa ser importante para a economia do Acre. Quando você melhora a vida de centenas de famílias, você também melhora a vida de outras pessoas que estão nesse entorno. Nós vamos atingir os gargalos que os produtores do café estão enfrentando hoje como limpeza, processamento, lavagem, secagem, o beneficiamento e a estocagem”, disse Perpétua.
O presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) no Acre, Valdemiro Rocha, refletiu sobre o impacto da Coopercafé e apontou o esforço dos cooperados. “Eles têm se esforçado para fazer duas coisas: produzir café com a máxima qualidade usando o melhor que tem em termos de tecnologia de cultivo da lavoura do café e primar pela boa governança”.
Além disso, Rocha destacou a importância da iniciativa da Agência na região. “A diretora Perpétua Almeida tem se esforçado ao máximo para aportar investimentos aqui na planta agroindustrial da Coopercafé, para que toda a produção do café aqui da região possa ser beneficiada”.
A primeira etapa do projeto prevê a construção do galpão, que terá aproximadamente 1.000 m2 de área construída em terreno adquirido pela Coopercafé. A obra vai custar R$ 1,7 milhão, recurso destinado pela ABDI que já está na conta da cooperativa.
A segunda etapa do projeto será a aquisição de equipamentos para a Usina de Beneficiamento do Café, um investimento de R$ 3,5 milhões, que também será realizado pela ABDI ainda em 2024. Na terceira etapa será construída a Usina Solar Fotovoltaica, contrapartida da Coopercafé para o projeto, cujo investimento é de aproximadamente R$ 740 mil.