A bióloga Kathellen Magalhães, mestranda do Programa de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Acre – Campus Floresta, acaba de alcançar um marco importante em sua carreira ao ser contemplada com um patrocínio de R$ 25.000,00 pelo projeto “Quelônios do Juruá: Eu protejo”. Este projeto, que faz parte da iniciativa Bichos de Casco e é realizado em parceria com a ONG S.O.S Amazônia, tem como objetivo a conservação e o manejo sustentável das populações de quelônios amazônicos, promovendo ações de educação ambiental e envolvendo diretamente as comunidades locais em todas as etapas do processo.
Kathellen, natural de São Paulo, mudou-se para Cruzeiro do Sul aos 19 anos para cursar a graduação em Biologia. Durante esse período, ela foi orientada pelo professor doutor Francisco Ricardo Negri, com quem trabalhou durante toda a graduação em paleontologia. Em uma dessas viagens em busca de fósseis para o laboratório, ela conheceu o projeto de conservação de quelônios na Reserva Riozinho da Liberdade e se encantou com o trabalho da SOS Amazônia. Atualmente, Kathellen é orientada pelo professor doutor Tiago Lucena da Silva, junto ao Laboratório de Biologia Animal.
O projeto de Kathellen foi um dos quase 100 projetos de mestrandos de todo o Brasil que concorreram ao patrocínio do Instituto Luísa Pinho Sartori, no programa Jovens Talentos para a Conservação. Esta associação sem fins lucrativos, criada em 2015, tem como propósito conservar o planeta para o bem dos seres que nele habitam. O apoio financeiro visa preencher lacunas no sistema de financiamento à pesquisa e homenagear a bióloga Luísa Pinho Sartori, falecida precocemente em 2009.
As ações propostas pelo projeto incluem a proteção de áreas de desova, monitoramento de ninhos e soltura de filhotes, formação socioparticipativa de comunitários com conhecimentos técnicos e científicos, sensibilização ambiental, programas de monitoramento contínuo das populações de quelônios e atividades educativas para diferentes públicos.
Os resultados esperados são: recuperação das populações de quelônios, aumento da taxa de sobrevivência de filhotes, redução da caça ilegal, maior envolvimento das comunidades locais, fortalecimento da educação ambiental, conservação de habitats críticos e coleta de dados valiosos sobre a ecologia dos quelônios. Além disso, o projeto pretende influenciar positivamente a formulação de políticas públicas e promover práticas sustentáveis, garantindo benefícios ecológicos, sociais e econômicos a longo prazo.
“Ver a alegria das crianças ao aprender sobre a importância da conservação e ouvir dos comunitários como o projeto tem ajudado na preservação dos quelônios me dá a motivação para continuar trabalhando por um futuro em que esses animais possam coexistir em equilíbrio com as populações amazônicas”, declarou Kathellen Magalhães.