As queimadas no Acre têm causado um grande número de vítimas diariamente. Além da destruição da floresta e dos impactos na saúde das pessoas, que sofrem com a fumaça e problemas respiratórios, os animais também são severamente afetados pelo fogo em todo o estado. De janeiro a setembro deste ano, pelo menos 400 animais de diferentes espécies foram encontrados carbonizados, feridos ou em fuga por conta dos incêndios florestais.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), foram atendidas 4.787 ocorrências de queimadas no período, um aumento significativo em relação às 3.117 registradas no mesmo período do ano passado. Além disso, o estado contabilizou mais de 5 mil focos de calor desde o início do ano.
A Operação Fogo Controlado conta com a atuação de 115 militares distribuídos em 16 bases operacionais. O capitão Freitas Filho, coordenador da operação, explica que a fauna amazônica é diretamente impactada pelos incêndios, levando animais como serpentes e roedores a buscarem refúgio em áreas urbanas.
“”O trabalho do Corpo de Bombeiros é resgatar esses animais e levar para um local seguro. Se estiverem feridos ou não tiver local seguro, em que não há um local para que eles permaneçam, eles são levados para o Cetas [Centro de Triagem de Animais Silvestres], que é do Ibama, que faz a triagem e tratamento desses animais e depois os leva para um local seguro de acordo com um estudo técnico”, explicou o capitão.
Em alguns casos, animais acabam buscando abrigo até em residências próximas a áreas de floresta. Por isso, o CBMAC orienta os moradores a não maltratarem os animais e a acionarem o Corpo de Bombeiros pelo número 193, para que o resgate seja feito de forma adequada e segura.
“É comum nessa época, especialmente serpentes e roedores, justamente porque eles já estão em situação de desespero. Eles já estão afetados em seu habitat por conta dos incêndios. Então naturalmente eles buscam a cidade como local seguro e a residência das pessoas”, ressaltou Freitas Filho.
O Corpo de Bombeiros, o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atuam juntos no resgate e proteção desses animais.