A população preta deu um salto de 67,1% em 12 anos, saindo de 42.531 para 71.086 pessoas, constituindo 8,6% dos cidadãos acreanos. Os dados são do Censo Demográfico 2022, de identificação étnico-racial da população, divulgados no fim de dezembro. A idade mediana da população que se declarou preta no estado é de 33 anos.
Os números apresentados no documento respaldam políticas públicas voltadas para cada grupo que compõe a sociedade. De acordo com o levantamento, grande parte da população se autodeclara parda. Logo em seguida, a segunda maior proporção é de pessoas brancas, seguidas de pretas.
Na Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), a Divisão de Igualdade Racial, coordenada por Nilcéia Santos, atua para fortalecer ações e políticas públicas voltadas para essa população.
A gestora explica que algumas medidas estão sendo tomadas para que os dados cheguem o mais próximo possível de um número real. Nos atendimentos feitos pela SEASDH, já existe a aplicação de um formulário que levanta essas informações.
“O Estado tem proposto diversos meios de acesso para essa população, assim sendo, a SEASDH criou um formulário de identificação dos mais diversos grupos que compõem esse avanço. Dentro disso, é promovida uma análise que envolve dados como raça, gênero, idade, naturalidade e nacionalidade. A ideia é que esse tipo de formulário seja aplicado em todas as secretarias que fazem atendimento”, explica Nilcéia.
Dessa forma, o Estado deverá ter, de forma mais detalhada, o perfil do público que procura algum tipo de serviço, podendo propor políticas públicas mais efetivas para cada grupo.
A gestora atribui o aumento de pessoas que se declaram pretas também ao movimento da consciência negra, uma vez que o censo trata de autodeclaração. Mesmo com avanços, Nilcéia relata que o desafio maior é vencer as barreiras históricas do racismo estrutural para alcançar metas como a igualdade de gênero e raça, de forma que a humanização seja difundida de maneira mais ampla e cultural no estado.
Um passo importante dado pela gestão pública na semana passada foi a sanção da lei 4.328, que reforça a qualificação dos gestores estaduais, por meio de letramento, para a conscientização na promoção da igualdade racial, de gênero e de diversidade.
Ao reforçar medidas como essa, o Estado, segundo o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Federal do Acre (Ufac), promove igualdade racial nas políticas públicas desenvolvidas e atua como agente multiplicador.
– Branca: 147.966 para 177.992 – aumento de 1,7%
– Preta: 42.531 para 71.086 – aumento de 67,1%
– Amarela: 13.875 para 1.878 – queda de 86,5%
– Parda: 486.254 para 549.889 – aumento de 13,1%
– Indígena: 17.578 para 31. 694 – aumento de 80,3%
– Parda: 66,3%
– Branco: 21, 4%
– Preta: 8,6%
– Indígena: 3,8%
– Amarela: 0,2%