A seca extrema que assola o Acre tem causado impactos devastadores nos 22 municípios do estado, incluindo Mâncio Lima, onde a situação se agrava a cada dia. A baixa dos rios, que antes eram fundamentais para o transporte de mercadorias dos produtores rurais, está obrigando os trabalhadores a buscar alternativas drásticas. Com a falta de água suficiente para navegação, muitos estão sendo forçados a percorrer longas distâncias por trilhas na mata para tentar escoar seus produtos, enfrentando grandes dificuldades.
Dona Odilene, presidente da Associação São Salvador, descreve o cenário como o mais crítico que já presenciou em sua vida. "Nunca na história do município vimos uma seca tão severa como essa. Estou muito preocupada, porque as plantações estão morrendo e o pouco que resta não tem como ser transportado", desabafa. Com o avanço da estiagem, ela expressa temor em relação à escassez de alimentos: "Se continuar assim, poderemos chegar a passar fome e sede, pois os igarapés estão com nível muito baixo e os poçõs estão secando", destacou.
A situação em Mâncio Lima reflete o drama vivido por milhares de produtores rurais no Acre, que dependem diretamente dos rios para o sustento de suas famílias e o abastecimento das cidades. A seca não apenas ameaça a produção agrícola, mas também a sobrevivência de muitas comunidades que enfrentam a falta de água para consumo e irrigação, agravando ainda mais a crise.
As autoridades locais já estão em alerta, mas as soluções parecem limitadas diante da magnitude do problema. Enquanto isso, os produtores seguem lutando para manter suas plantações vivas e encontrar formas de contornar as barreiras impostas pela natureza.