O caso da recém-nascida ganhou repercussão na última quarta-feira (07), após a família da jovem Ana Carolina Nogueira da Silva, de 26 anos, lançar uma nota de repúdio contra o Hospital da família no município de Porto Walter.
O ministério público do Acre (MPAC), através da Promotoria de Justiça Cível de Cruzeiro do Sul, instaurou uma Notícia de Fato que deve apurar o caso.
O procedimento foi instaurado pelo promotor de Justiça Substituto André Pinho e visa apurar possíveis falhas no atendimento à parturiente.
Além disso, o MPAC oficiou o Hospital da Família para que apresente, no prazo de dez dias, as informações sobre as medidas adotadas diante do quadro de saúde da gestante.
Ana Carolina, grávida de 8 meses e 1 semana, deu entrada no hospital com queixas de dores e um quadro de perda de líquido. Embora a gravidez não tenha sido classificada como de alto risco, a família expressou preocupação devido ao peso da criança, um fator de alerta. A família solicitou insistentemente o encaminhamento para Cruzeiro do Sul, onde os recursos e equipamentos adequados estariam disponíveis.
No entanto, o médico responsável, identificado como Dr. Leonardo, não deu a devida atenção às preocupações da família, alegando que solicitaria o encaminhamento e o Transporte Fora do Domicílio (TFD). Infelizmente, o pedido de TFD não foi efetuado prontamente, resultando em uma série de atrasos críticos.
Ao longo dos dias 3 e 4 de setembro, a condição de Ana Carolina se agravou, e o TFD não chegou. Com a troca de plantão no hospital, um novo médico avaliou a situação e declarou que Ana Carolina já estava em trabalho de parto, impossibilitando seu transporte para Cruzeiro do Sul. O parto, que se mostrou extremamente difícil, não ocorreu por meio de cesárea, como a família acreditava ser necessário, resultando na morte prematura de Ana Luiza Silva Roque.