Uma equipe internacional de cientistas anunciou a descoberta de uma nova espécie de anaconda verde, a maior cobra do mundo, na floresta amazônica. A cobra mede impressionantes 7,92 metros de comprimento e pesa quase 200 quilogramas.
A nova espécie foi encontrada pelo apresentador de programas de vida selvagem, o professor Freek Vonk, que ficou surpreso com o tamanho e a aparência da cobra. “A cobra é tão grossa quanto um pneu de um carro e tem uma cabeça do tamanho de um ser humano”, disse ele.
A anaconda verde, também chamada de anaconda gigante, é a maior cobra do mundo em termos de massa corporal. Até agora, pensava-se que havia apenas uma espécie de anaconda verde na Amazônia, mas os cientistas descobriram que existem duas espécies distintas, separadas por uma grande diferença genética.
“A diferença genética entre as duas é de 5,5%, e isso é enorme. Para colocar em perspectiva, humanos e chimpanzés são geneticamente diferentes entre si em apenas 2%”, explicou o professor Vonk.
A nova espécie foi batizada de Eunectes akayima, que significa anaconda verde do Norte. Ela é encontrada ao norte da área de distribuição da anaconda verde na América do Sul, incluindo Venezuela, Suriname e Guiana Francesa.
No entanto, a nova espécie já está em risco de extinção, devido à destruição do seu habitat natural pela mudança climática e pelo desmatamento. “Mais de um quinto da Amazônia já desapareceu, o que representa mais de 30 vezes a área dos Países Baixos. A sobrevivência destas icônicas cobras gigantes está intimamente ligada à proteção da sua habitat natural”, alertou o professor Vonk.
O estudo que descreve a nova espécie foi publicado na revista científica Diversity, e contou com a participação de 15 cientistas de nove países. O professor Jesus Rivas, da Universidade de Nevada, foi o principal autor do estudo, e disse que começou a investigar as diferenças genéticas entre as anacondas verdes há mais de 15 anos, com a ajuda da sua esposa, Sarah Corey-Rivas.
“Começamos a trabalhar nisto em 2007, quando notamos pela primeira vez que havia uma grande diferença genética entre as amostras venezuelanas e algumas amostras do Peru. Depois iniciamos o processo de recolha de amostras por toda a América do Sul, para completar um mosaico de amostras que nos permitiu montar o estudo”, disse ele.
Os cientistas esperam que a descoberta da nova espécie ajude a aumentar a conscientização sobre a importância da conservação da biodiversidade na Amazônia, e a valorizar as cobras gigantes como parte do ecossistema.