Os ribeirinhos do município de Mâncio Lima, que moram nos afluentes do rio Môa estão sentindo os efeitos devastadores da maior seca da história já registrada no município.
Além de terem perdas na plantação pela ausência de chuvas, os igarapés por onde os barcos passam com pessoas e produtos agrícolas secaram, pegando de surpresa moradores que precisaram encontrar alternativas para se locomoverem.
Pensando em uma alternativa rápida e eficiente, a presidente da Associação São Salvador, Odilene Sena, que cuida de aproximadamente 250 famílias, reuniu os próprios moradores e abriram estradas no meio da floresta para chegar até o rio Môa e escoarem seus produtos.
A liderança conta que cuida de dez comunidades e uma das afetadas foi a comunidade São Pedro, que leva o nome do rio, por onde os ribeirinhos trafegam durante o ano inteiro. Devido a seca deste ano, a presidente conta que reuniu a comunidade para abrir estradas e construir pontes.
Como o lugar é de difícil acesso, fica impossível o poder público enviar máquinas pesadas, e todo o trabalho é feito no braço pelos moradores com terçados, machados, motosserras e roçadeiras, com auxílio de animais de força.
A presidente conta que a estrada permite o tráfego em carroças de boi e motocicleta. Odilene relata que outras comunidades também querem seguir o exemplo da comunidade São Pedro, e que ela está disposta a ajudar.
Para que tudo isso acontecesse, Odilene Sena conta que teve a contribuição dos moradores, do prefeito Isaac Lima e do deputado estadual Manoel Morais.
“Esse é um exemplo de união da Comunidade São Pedro, que precisa de um olhar humanizado do Poder Público para auxiliar outras comunidades, que vivenciam a mesma situação por conta das secas dos rios de Mâncio Lima”, destacou Odilene Sena.