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Jovens de Mâncio Lima mantêm vivo o legado do pai em plantação de café

Publicada em 11/04/25 às 16:47h - 1125 visualizações

Raphaela Barbary


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Jovens de Mâncio Lima mantêm vivo o legado do pai em plantação de café
 (Foto: Arquivo Cafezal Abraão Sena)
Dois irmãos de Mâncio Lima, no Acre, estão protagonizando uma história de superação, amor à terra e continuidade de um legado. Iana Carmem de Souza Sena, 23 anos, e Saul Levi Souza de Sena, 18, estão à frente do Café Abraão Sena, uma plantação de café do tipo Conilon iniciada há cinco anos por seu pai, Abraão Mendonça de Sena, no PAF Havaí, ramal do Abraão, zona rural do município de Rodrigues Alves.


A produção, que hoje se estende por quatro hectares com cerca de 14 mil pés de café, foi iniciada em março de 2020 e sempre contou com o envolvimento direto de toda a família. “Sempre fomos só nós: meu pai, minha mãe e nós dois. Trabalhamos juntos na lavoura desde o início. Às vezes, pagava-se uma diária, mas a força principal vinha da nossa união familiar”, relata Iana.


O pai, falecido há cerca de um ano, deixou não só a terra, mas também o sonho de independência para os filhos. “Ele dizia que tudo isso era para mim e para o meu irmão. Ele não queria nada para ele. Era para ser o nosso sustento, para não sermos mandados por ninguém”, recorda a jovem, emocionada.

Da dor à resistência

A perda do pai foi um divisor de águas. “Passamos uns três meses sem rumo, só íamos olhar o café. Estávamos desorientados. Mas sabíamos o que fazer, porque aprendemos com ele ao longo dos anos. Então, decidimos seguir, porque temos certeza de que ele não queria que a gente vendesse ou deixasse de lado tudo o que construímos juntos.”

Hoje, a propriedade produz entre 150 e 200 sacas por safra, com toda a colheita sendo destinada à CooperCafé, cooperativa responsável pela secagem, beneficiamento e comercialização. Parte dos grãos é vendida para Rondônia, outra para o mercado acreano, abastecendo torrefações no próprio Vale do Juruá.

Jovens no campo, inspiração para outros

Apesar dos desafios enfrentados, como as mudanças climáticas, doenças na lavoura e escassez de recursos, a motivação vem do orgulho de manter o legado do pai e da inspiração que Iana representa para outros jovens da região.


"Já escutei de muitos jovens que acompanham minha rotina nas redes sociais que sou uma inspiração. Filhas de outros produtores me usam como referência. Isso é gratificante, porque mostra que é possível ser mulher, jovem e agricultora, enfrentando o preconceito e mostrando que temos a mesma capacidade que qualquer homem”, afirma Iana.

Apoio técnico e futuro promissor

O trabalho dos irmãos também é amparado por assistência técnica do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que mensalmente envia um técnico para orientar quanto ao manejo, combate a pragas e estratégias de colheita.
Sobre o futuro, os irmãos são categóricos: querem ver o café Abraão Sena ganhar o Acre, o Brasil e o mundo. “Queremos participar de concursos de qualidade, expandir a produção e tornar o nome do nosso pai reconhecido como referência em café de excelência no estado”, projeta Saul.


No coração da floresta, entre ramais e sonhos, o aroma do café recém-colhido é também o perfume da memória e da esperança. O Café Abraão Sena é mais do que uma produção rural, é um símbolo de amor, perseverança e fé no futuro.



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