Um caso de abuso sexual se tornou um dos assuntos mais comentados no decorrer da semana no interior do Acre. Miguel Bruno de Melo Ferreira, 26 anos, acabou se entregando à Delegacia de Polícia Civil, acusado de ter estuprado uma criança com Síndrome do Espectro Autista (TEA) de apenas 11 anos, em um banheiro da escola Cívico Militar 15 de Junho, na última segunda-feira, 20 no município de Senador Guiomard.
O delegado de Polícia Civil, Saulo Macedo, revelou nesta sexta-feira, 24, que o exame de corpo e delito realizado pela criança no Instituto Médico Legal (IML) deu positivo. Segundo ele, o acusado estava com mandado de prisão em aberto e já era considerado foragido da justiça. Após as diligências na delegacia, Miguel foi encaminhado ao presídio Francisco de Oliveira Conde e o inquérito policial deve ser encerrado na próxima semana.
Saulo destacou que a mãe da criança compareceu na delegacia para prestar boletim de ocorrência bastante abalada psicologicamente. O delegado mencionou ainda que imagens da câmera de segurança do colégio auxiliaram nas investigações.
No boletim de ocorrência consta que o menino havia saído às 8h da manhã para comprar pão, quando acabou abordado pelo acusado na frente da instituição de ensino e, em seguida, teria se dirigido à quadra de esportes. “Ela [mãe] chegou nervosa com o filho na delegacia, esse rapaz [acusado] teve a situação exposta e no dia não foi preso. Dia 20 ocorreu o abuso, vítima e autor moram próximos. Ele trabalhava como zelador na escola, consta na denúncia que ele chamou a criança que tem autismo e outros transtornos mentais para o banheiro e estuprou ele lá mesmo. O inquérito policial está para ser fechado”, explicou o delegado.
Vítima em estado de choque
Em contato, a mãe do garoto disse que o filho está em estado de choque em virtude do acontecimento e falando em cometer suicídio. Almeida contou também que o filho mencionou detalhes do abuso sofrido. “Eu não sei o que falar, eu estou em estado de choque. O meu filho conta tudo nos mínimos detalhes, inclusive a cor da cueca do abusador, além de ameaçar para que meu filho não contasse nada”, relatou, dizendo que a família não está em condições de buscar ajuda psicológica.
“Ele [vítima] tá falando toda hora em suicídio, em pânico e lembrando do ocorrido a todo instante. Não estamos preparados para falar com o psicólogo, no momento acabei recusando a consulta”, explicou.
A matriarca da família ainda citou haver registro de outras possíveis vítimas de abuso sexual cometido por Miguel, sendo que uma delas é a filha de 16 anos, que também prestou depoimento, contando que foi abusada pelo acusado na infância, aos 8 anos de idade na casa do acusado. “Hoje descobrimos que ele abusou de mais duas crianças, contando com minha filha. As famílias das vítimas estão abaladas também e são de Capixaba”, comentou.
ac24horas