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Saúde

Local onde avião com 12 pessoas caiu no AC ainda tem fumaça, destroços e resto de alimentos

Dos 12 corpos, apenas um foi liberado para a família na noite segunda-feira (30). Equipe da Rede Amazônica foi até o local do acidente.

Publicada em 31/10/23 às 13:18h - 139 visualizações

G1/Acre


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Local onde avião com 12 pessoas caiu no AC ainda tem fumaça, destroços e resto de alimentos
Dois dias após o acidente aéreo que matou 12 pessoas em Rio Branco, os destroços do avião de pequeno porte ainda estão na mata. A equipe da Rede Amazônica esteve no local na manhã desta terça-feira (31) e registrou imagens que revelam os destroços ainda fumaçando, queda de árvores e alimentos espalhados. É possível ver batatas, outros alimentos e utensílios. São pelo menos 20 minutos andando até chegar o ponto exato do acidente.
O voo era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas. A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. O percurso ainda incluía uma parada em Eirunepé (AM).

A equipe de reportagem encontrou ainda o cenário de destruição, com muitos utensílios espalhados. Chama a atenção ainda a quantidade de alimentos que estavam no avião. Muitas árvores também foram consumidas pelo fogo, gerando uma clareira no meio da mata. As chamas consumira o avião quase que por completo. (Veja o vídeo completo)

Os bombeiros conseguiram controlar as chamas após cerca de quatro horas, e a retirada de corpos foi iniciada.

Identificação dos corpos
O Instituto Médico Legal, ainda na noite de segunda-feira (30), liberou o corpo do dentista Jamilo Motta Maciel, de 27 anos. A identificação dele foi possível pela arcada dentária. A vítima era natural de Eirunepé, no Amazonas, e completaria 28 anos em 24 de dezembro.

Ao g1, o diretor-geral do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Mário Sandro Martins, informou que nas próximas 48 horas outros sete corpos devem ser liberados também pela identificação da arcada dentária. Mas, enfatizou que todos devem passar também pelo exame de DNA.
“A arcada dentária é uma técnica utilizada na identificação humana que a perícia criminal utiliza. Então, nós temos a impressão digital, a arcada dentária e o DNA. Nós estamos trabalhando, focando o DNA por quê? Porque o estado era muito difícil das vítimas. Mas, após essa análise minuciosa, vimos que dava para identificar pela arcada dentária. É uma técnica comprovada, oficial, e você pode liberar o corpo com certeza de que pertence a aquelas pessoas. O DNA é a última fase, quando não dá nada, não consegue fazer por essas técnicas, você vai com o DNA. Mas, nesses casos, foi coletada a amostra de todas as vítimas e dos parentes, e vamos também fazer o exame DNA para comprovar, para ter mais um teste científico que aquelas vítimas são quem realmente são”, explica o diretor.

Clara Maria Monteiro, a criança de um ano e sete meses, que estavam com mãe, Ana Paula Melo, também já foi identificada, mas só deve ser liberada junto com o corpo da mãe.

“A questão do bebê foi até mais fácil, porque no local deu logo para verificar, individualizar pelo tamanho em si e tinha um bebê, mesmo pelo estado deu para verificar perfeitamente”, explica.
Começaram a chegar em Rio Branco, nesta segunda-feira (30), os familiares de quatro das 12 vítimas que morreram na queda de uma aeronave. Eles foram recebidos por uma equipe da Secretaria de Saúde do estado (Sesacre). Bastante emocionados, eles não falaram com a imprensa.

Na aeronave estavam seis homens, três mulheres e uma criança de 1 ano e 7 meses, além do piloto e do copiloto.

Martins disse ainda que foi feito uma reunião nesse domingo com os familiares das vítimas e área técnica do IML, e iniciada entrevista individual com cada parente para obter informações que auxiliem na identificação. “Com esse reconhecimento, nós podemos liberar esses corpos quando for possível, mas todos vão ter que passar pelo exame de DNA, já foram coletadas amostras desses corpos.”
O diretor disse que alguns familiares das vítimas, que são de Eirunepé e Envira, no Amazonas, ainda estão chegando na capital acreana.

“Muitos não vão poder vir, devido às condições e estamos entrando em contato com eles para obter informações e também para obter as amostras biológicas deles para fazer o confronto de DNA, estamos entrando em contato com a área da saúde desses municípios para que eles possam então colher essas amostras e enviar para nós para que possamos fazer o processo de identificação.”

O governo do Acre informou que todas as 12 vítimas morreram carbonizadas. No entanto, conforme o diretor do departamento de Polícia Técnica Científica, ainda não é possível confirmar a causa da morte.

“No momento ninguém pode afirmar nada. Logo que vieram para o IML, houve um exame cadavérico de cada corpo e daí ele vai analisar e emitir um laudo e pode apontar a causa da morte. Dizer se morreu com o impacto ou depois dele, nesse momento, não podemos dizer isso. Vamos esperar esse exame cadavérico e vamos ter um direcionamento sobre isso”, afirmou.

O voo era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas (confira os detalhes abaixo). A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. Nesta segunda, o espaço da empresa no aeroporto de Rio Branco estava fechado e apenas uma mensagem com números de telefone foram colocadas na porta.

Parte dos passageiros estava viajando para receber tratamento médico.

O advogado da empresa, Thiago Abreu, informou ao g1 que o piloto e o copiloto tinham experiência e treinamento. Segundo a Anac, o avião estava em situação regular.

Seis das vítimas eram de Eirunepé (AM). Havia, ainda, moradores de Envira (AM). Veja a lista das vítimas aqui.

A aeronave era pilotada por Cláudio Atílio Mortari, que, de acordo com suas redes sociais, era natural de São Paulo, mas também morava em Itaituba. O copiloto que Kleiton Lima Almeida, de 39 anos, que também morreu na queda de avião, nasceu e morava em Itaituba, no sudoeste do Pará. Ele tinha se tornado pai há um mês.

Investigação
O Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), localizado em Manaus, vai apurar as causas da queda do avião. A Polícia Civil explicou que tem feito o levantamento para, caso seja solicitado, encaminha à Polícia Federal e à Aeronáutica, que devem ficar a cargo das investigações. Os peritos traçaram como o acidente aconteceu.

De acordo com a Aeronáutica, na investigação "serão utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo".




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