A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) está investigando 87 casos suspeitos de Hidatidose ou Equinococose Neotropical, conhecida como a doença da paca, nos municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e autoridades estaduais monitoram a situação.
Entre os dias 17 e 19 deste mês, equipes de Vigilância em Saúde realizaram capacitação nessas localidades, abordando etiologia, sinais clínicos, epidemiologia, tratamento e diagnóstico da doença. O médico veterinário João Nélson Morais destacou que a infecção ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de cães alimentados com vísceras cruas de paca infectadas.
O diagnóstico, atualmente realizado no laboratório da Fiocruz no Rio de Janeiro, pode ser agilizado com a implementação de fluxos de diagnóstico fecal canino no Vale do Juruá. Essa medida visa identificar rapidamente cães infectados, essenciais para fornecer dados epidemiológicos e agilizar o tratamento humano.
A Sesacre está em contato com o Ministério da Saúde para orientações sobre medidas de prevenção e controle. Profissionais de Saúde e Educação do Vale do Juruá foram capacitados pela Fiocruz em setembro do ano passado, reforçando a prevenção em comunidades locais.
A Equinococose Policística, na Região Norte, é uma doença zoonótica causada pelo estágio larval de tênias de helmintos do gênero Echinococcus, que possui como hospedeiros intermediários a paca e a cutia e como hospedeiros definitivos cães selvagens e o cão doméstico.
O parasita é introduzido no ambiente doméstico por meio da caça de subsistência, onde moradores de comunidades rurais descartam as vísceras da paca e da cutia para os cães domésticos que se infectam e liberam os ovos do parasita nas fezes. O ser humano se infecta por meio da ingestão de água e alimentos contaminados.